quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Diferenças



Mara encontrou um coração bom,
E se fossem vários bons,
E se pelo mundo feito flor
Florissem anjos bons.

E se fossemos vários,
E se pudéssemos tocar vários,
E se o toque pudesse mudar vários,
E se nessa corrente pudessem compor vários.

Quem sabe não mais haveria
Tantos infortúnios, não mais,
Não mais o tapa na cara,
Não mais o escárnio amigo,
Não mais o nada à frente.

Nada mais que o ombro amigo,
Nada mais que o sorriso solto,
Nada mais que o caminhar livre,
Nada mais que o ser humano,
Nada mais que o infinito dentro de si,
Dentro de nós.

Mas não, não somos bons anjos,
Pelo mundo não há anjos bons,
Pelo mundo arrancamos nossos olhos,
Pelo mundo o diferente não enxergamos,
Pelo mundo - além de nós - nada enxergamos.

Palavras doces, não distribuímos,
Estiletes vocálicos atiramos a esmo.
Ferimos, estigmatizamos, quebramos
Tudo que espelho não é.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Ovos


                                    No frigir d'ovos.
                                    Negavam? Todos estavam!
                                    Fritos Todos ovos.



                                                          Alexandre Morais Paulino

segunda-feira, 18 de abril de 2016



              Hoje minha pequena Cecília Cristina Dias Paulino foi ter com Deus. Foram 2 meses e 6 dias na UTI, meu pai celestial achou por bem levar ela para junto dele. Obrigado pelas orações e palavras de incentivo, o sepultamento será em Vargem Grande, assim que tiver os detalhes eu divulgo para os amigos que quiserem dar seu até logo a minha pequena...


Alexandre Morais Paulino

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Carne ao molho madeira

Fotomontagem a partir de imagens obtidas na net.

Vem ao vento, nos diz,
Lá na Floresta Amazônica,
Derrubam-se arvores, 
Caem arvoredos,
A Floresta sangra,
Definha, pede socorro.

A cada filha-mãe verde morta,
A cada filha-mãe verde tombada,
A cada filha-mãe verde derrubada,
A cada filha-mãe verde que se corta.

Vem ao vento, nos diz,
Lá na Floresta Amazônica,
Plantam-se pés de gado.
Sobem os lucros,
Polpudas contas infladas de verdes notas.

A cada mãe-filha verde morta, morremos também.
A cada mãe-filha verde tombada, tombamos também.
A cada mãe-filha verde derrubada, derrubados somos.
A cada mãe-filha verde cortada, cortados somos também.

Vem ao vento, nos diz,
Ao prato nossa fome é saciada,
Somos servidos por generosas porções,
Carne, carne ao molho madeira,
Madeira da nossa mãe morta ao chão.



Alexandre Morais Paulino