quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Carne ao molho madeira

Fotomontagem a partir de imagens obtidas na net.

Vem ao vento, nos diz,
Lá na Floresta Amazônica,
Derrubam-se arvores, 
Caem arvoredos,
A Floresta sangra,
Definha, pede socorro.

A cada filha-mãe verde morta,
A cada filha-mãe verde tombada,
A cada filha-mãe verde derrubada,
A cada filha-mãe verde que se corta.

Vem ao vento, nos diz,
Lá na Floresta Amazônica,
Plantam-se pés de gado.
Sobem os lucros,
Polpudas contas infladas de verdes notas.

A cada mãe-filha verde morta, morremos também.
A cada mãe-filha verde tombada, tombamos também.
A cada mãe-filha verde derrubada, derrubados somos.
A cada mãe-filha verde cortada, cortados somos também.

Vem ao vento, nos diz,
Ao prato nossa fome é saciada,
Somos servidos por generosas porções,
Carne, carne ao molho madeira,
Madeira da nossa mãe morta ao chão.



Alexandre Morais Paulino

4 comentários:

  1. Alegria e Paz amigo!
    Graças a Deus vamos recuperando os amigos!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Como sou relapso, obrigado e sucesso querida amizade dos tempos do blogspace.

      Excluir
  2. Olá bom estar por aqui e ver seus poemas

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Amiga é ótimo estar por aqui e receber o carinho da sua visita.
      Abraços!

      Excluir