Esquerda: Capa do Livro; Direita Click de Duilio Coutinho (Punky A Lenda)
Conheço a Sara Vieira há um bom tempo, conheço o trabalho do coletivo Poesia de Esquina também há um bom tempo, já tive o prazer, por mais de uma vez, de participar do Sarau Poesia de Esquina, que normalmente ocorre no Parque do Ibirapuera, um dos meus locais favoritos nesta Sampa, mas esta é ou são outras histórias.
Foi para mim motivo de alegria e honra quando a Sara entrou em contato me convidando para integrar o Livro Sarau Poesia de Esquina de Volta ao Ninho.
“E agora, José, a Poesia de Esquina completa seta anos? Esse ninho, que nasceu entre as frondosas Árvores do
Parque do Ibirapuera, planta suas sementes em tantos corações, firmou suas raízes em múltiplas esquinas,
[...], e tem por sina ser Coletiva e Literárias, parindo mais uma vez, como o faz nesses anos prósperos de
sua existência. Nasce mais um filhote desse ninho: um livro cheio de voadores de ideias, ou poetisas, poetes
e poetas. [...]” Fragmento do prefácio do livro Escrito por Raiz Oliveira.
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Taciturnos transeuntes vertem-se em equilibristas Do meio fio da calçada. Equilibram-se por entre abismos sociais. Mesclam-se ao cinza do concreto Da cinza selva de pedra. Por sobre suas cabeças Revoada de passarins multicores das esquinas, De seus bicos ouve-se O murmúrio da poesia: Libertem-se de suas translúcidas correntes E, metamorfoseiem-se em passarins das esquinas. E, plantem flores no coração da selva de pedra. E, libertem a criança-passarim acorrentada dentro de ti. E, transmutem o cinza do concreto em explosão multicor. Transeuntes taciturnos vertem-se em malabaristas Do cotidiano, do dia a dia, das catacumbas... Seguem vivos-mortos pelo palco da vida. Seguem subjugados pelos escravocratas da moderna vida. Seguem garantido os ditames da mão invisível a pairar por nós. Seguem com seus malabares, a dor. Seguem com seus malabares, o baixar da cabeça. Seguem com seus malabares, a chibata a romper o fio da esperança. Seguem com seus malabares na longa fila, Que leva a todos até o fim da fila. Até o fim dos tempos. Fim dos tempos. Do seu Tempo. Seu Tempo. Sua vida... PAULINO, Alexandre Morais. Poema: “Passarins”. CAMARGO, Sara Vieira (Org). “Sarau Poesia de Esquina de Volta ao Ninho”, pag. 10. Editora Chapa na Ideia. São Paulo. 2024. |
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