quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

2º edição Outros poetas com Cacá Mendes

Alexandre Morais Paulino
A direita foto do poeta Cacá Mendes de Roberto Candido, a esquerda foto automática. 


O projeto Outros Poetas visa um primeiro contato com a produção de um(a) poeta através da declamação de um ou mais poemas e uma breve visão biográfica.

Neste segundo vídeo Cacá Mendes do Duo Os Conversadores.

Declamação: Alexandre Paulino (vídeo abaixo dos poemas).


Um fake-poema (em voz alta)


Posso me fingir de pobre, de rico
Fugir de mim pra você, todo
Posso me jogar num brilho ou breu
Ser pulga, coelho, camelo ou esquilo

Cantando meus estribilhos
Posso pentear teu sexo, teus cabelos
Fazer música, blefar, coser, trepar
Andar fora de hora, fazer mil magias
Andar de bicicleta, fazer piruetas
Brincar de noite e também de dia

Posso ser Apolo, Dionísio
Não me importa a cena
Posso ser São Paulo, Minas
Ou mesmo estrofe de um poema
Ou qualquer apóstolo
De joelho com Cristo
Querendo viver em Atenas

Posso ser eu mesmo, espremido
Às 18 horas, num metrô na Sé
Fazendo poesia em troca
De algum perfume de açucena

Meu ditirambo é cena ungida,
Teatro de circo, largo de igreja
(que Oswald não nos veja)

E as três raças rezando novena
Pra chover lábios de mel
Beijando os lábios de Iracema

Posso ser José ou Alencar
Maria, jardim ou o além-mar

Mas tudo não passou de um po...meme!

Do Livro: Manifesto do Fim do Mundo, pela Desconcertos Editora (https://desconcertoseditora.com.br/produto/manifesto-do-fim-do-mundo-caca-mendes/).
Você encontra parte da Versão digital em: https://books.google.com.br/books/about/Manifesto_do_Fim_do_Mundo.html?id=Egw8EAAAQBAJ&redir_esc=y 



Adeus brasileiro

Palhaço sem tinta, sem nariz
Palhaço por que quis?
Vai rir, ou vou ter que chorar?
Palhaço vai mergulhar
No asfalto, no trânsito
Palhaço come lâmina
Pra se cortar inteiro
Palhaço é brasileiro
Deus não
Adeus

Antologia Encontro de Utopias na página 178, organizada pela Regina Tieko, publicada pela Editora Patuá.



Acordado

Eu me puxava pelo santo das tuas mãos imaginárias
Para que meus pés não pisassem algum abismo
A rua antiga, feito rua de paralelepípedo, que poderia
Me levar a algum pedaço de História
Da nossa América Latina...

(Depois acordei. Mas ainda dormia).

Me desenhei numa poesia, assim:
Uma vírgula, um ponto ou algumas reticências.
Quando penso em você falando minha língua de Camões
Muchacha, muchacha, muchacha,
Aquí em mis Versus soy rodo América para sus ojos

Do Livro: Manifesto do Fim do Mundo, pela Desconcertos Editora (https://desconcertoseditora.com.br/produto/manifesto-do-fim-do-mundo-caca-mendes/).
Você encontra parte da Versão digital em: https://books.google.com.br/books/about/Manifesto_do_Fim_do_Mundo.html?id=Egw8EAAAQBAJ&redir_esc=y 





Cacá Mendes (1959), mineiro de Monte Belo;
Aos 12 anos tem seu primeiro contato com a arte circense;
Em 1979 muda-se para Campinas e trabalha com o teatrólogo Benê Silva no Grupo M.O.R.T.E. Movimento Revolucionário de Teatro;
Nos anos 1980 foi um dos fundadores do Cineclube Oscarito;
Trabalha do Cineclube Bixiga;
2008 funda o duo Os Conversadores com Edson Tobinaga;
2013 cria em conjunto com Edson Tobinaga o Sarau dos Conversadores;
Atualmente atua como agitador cultural, é um dos curadores e apresentador do Sarau dos Conversadores, produtor de eventos, professor e consultor em projetos culturais.


Fonte:
PAULINO, Alexandre Morais. Casarte Marginal 1ª edição com Os Conversadores. Novembro de 2019. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=rvayR4DGrU4&t=1740s
https://www.youtube.com/watch?v=xlTGATq1VJE&t=63s
https://www.youtube.com/watch?v=tXf2gSILp9M&t=136s



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