A direita foto
do poeta Cacá Mendes de Roberto Candido, a esquerda foto automática.
O projeto Outros Poetas visa um primeiro contato com a produção de um(a) poeta através da declamação de um ou mais poemas e uma breve visão biográfica.
Neste segundo vídeo Cacá Mendes do Duo Os Conversadores.
Declamação: Alexandre Paulino (vídeo abaixo dos poemas).
Um fake-poema (em voz alta)
Posso me fingir de pobre, de rico Fugir de mim pra você, todo Posso me jogar num brilho ou breu Ser pulga, coelho, camelo ou esquilo Cantando meus estribilhos Posso pentear teu sexo, teus cabelos Fazer música, blefar, coser, trepar Andar fora de hora, fazer mil magias Andar de bicicleta, fazer piruetas Brincar de noite e também de dia Posso ser Apolo, Dionísio Não me importa a cena Posso ser São Paulo, Minas Ou mesmo estrofe de um poema Ou qualquer apóstolo De joelho com Cristo Querendo viver em Atenas Posso ser eu mesmo, espremido Às 18 horas, num metrô na Sé Fazendo poesia em troca De algum perfume de açucena Meu ditirambo é cena ungida, Teatro de circo, largo de igreja (que Oswald não nos veja) E as três raças rezando novena Pra chover lábios de mel Beijando os lábios de Iracema Posso ser José ou Alencar Maria, jardim ou o além-mar Mas tudo não passou de um po...meme! |
Do Livro: Manifesto do Fim do Mundo, pela Desconcertos Editora (https://desconcertoseditora.com.br/produto/manifesto-do-fim-do-mundo-caca-mendes/). Você encontra parte da Versão digital em: https://books.google.com.br/books/about/Manifesto_do_Fim_do_Mundo.html?id=Egw8EAAAQBAJ&redir_esc=y |
Adeus brasileiro
Palhaço sem tinta, sem nariz Palhaço por que quis? Vai rir, ou vou ter que chorar? Palhaço vai mergulhar No asfalto, no trânsito Palhaço come lâmina Pra se cortar inteiro Palhaço é brasileiro Deus não Adeus |
Antologia Encontro de Utopias na página 178, organizada pela Regina Tieko, publicada pela Editora Patuá. |
Acordado
Eu me puxava pelo santo das tuas mãos imaginárias Para que meus pés não pisassem algum abismo A rua antiga, feito rua de paralelepípedo, que poderia Me levar a algum pedaço de História Da nossa América Latina... (Depois acordei. Mas ainda dormia). Me desenhei numa poesia, assim: Uma vírgula, um ponto ou algumas reticências. Quando penso em você falando minha língua de Camões Muchacha, muchacha, muchacha, Aquí em mis Versus soy rodo América para sus ojos |
Do Livro: Manifesto do Fim do Mundo, pela Desconcertos Editora (https://desconcertoseditora.com.br/produto/manifesto-do-fim-do-mundo-caca-mendes/). Você encontra parte da Versão digital em: https://books.google.com.br/books/about/Manifesto_do_Fim_do_Mundo.html?id=Egw8EAAAQBAJ&redir_esc=y |
• | Cacá Mendes (1959), mineiro de Monte Belo; | |
• | Aos 12 anos tem seu primeiro contato com a arte circense; | |
• | Em 1979 muda-se para Campinas e trabalha com o teatrólogo Benê Silva no Grupo M.O.R.T.E. Movimento Revolucionário de Teatro; | |
• | Nos anos 1980 foi um dos fundadores do Cineclube Oscarito; | |
• | Trabalha do Cineclube Bixiga; | |
• | 2008 funda o duo Os Conversadores com Edson Tobinaga; | |
• | 2013 cria em conjunto com Edson Tobinaga o Sarau dos Conversadores; | |
• | Atualmente atua como agitador cultural, é um dos curadores e apresentador do Sarau dos Conversadores, produtor de eventos, professor e consultor em projetos culturais. |
Fonte: PAULINO, Alexandre Morais. Casarte Marginal 1ª edição com Os Conversadores. Novembro de 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=rvayR4DGrU4&t=1740s https://www.youtube.com/watch?v=xlTGATq1VJE&t=63s https://www.youtube.com/watch?v=tXf2gSILp9M&t=136s |
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