O espetáculo Bruto Afável estreia em São Paulo com três apresentações gratuitas sendo: 17/03, sexta-feira, às 19 h no Centro Cultural Vila Itororó; 21/03, terça-feira, às 19h no CCSP - Centro Cultural São Paulo e 19/04, quarta-feira, às 21h no Teatro Paulo Eiró, e, haverá uma roda de conversa com os autores no dia 18/03, sábado, às 16h no Centro Cultural Vila Itororó.
Bruto Afável foi criado a partir da parceria entre o Duo Fora de Linha (Suellen Leal e Matheus Alvisi) e autores selecionados por uma chamada pública realizada em 2022, o projeto conta com o incentivo da 5ª Edição do Edital de Apoio à Música para a cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura.
Tive a grata surpresa de ser um dos onze autores selecionados pelo projeto, abaixo a lista divulgada com os autores e textos selecionados:
Naturá
Desde piquininim Não nego meu naturá Fuligem e fubá, Fuligem pra respirá, Fubá pra alimentá. Piquininim painho Me trouxe pra cá Embrulhado numa trouxa Agarrado na barra de mãinha Viemos morá no cazuá. Moço grande, rua grande, Grande, tudo grande, Corre carro, carroça esconde. A pé, de pé, quase sem pé O pobre chega sem fé. Corre, corre e não chega. Sobe e desce e não para. Sempre começa um novo dia E cadê o tempo que diz que chega. Se chegô não vi. Sabe? Sei não onde chega! Só sei que pela rua vou. Por que não vem? Por que não dá? Por que dizem que vem e dá? Por quê? Escola fui sim E por lá aprendi, Aprendi de montão Mas cá do lado de fora Só me deixam apertá botão. Trabalho, trabalhão, labuta de montão De apito a apito o suor enobrece Os bolsos do dono da produção. Botão, chave de fenda, Martelo, marreta, tudo me dão Só não pego na caneta do patrão. Anteontem Zé de Maria Caiu da laje vendo pipa que ia, Quase nos fios se enrosca. Seria a sorte derradeira, quase certa, Mais que bala achada Na beira da favela. Sorte é produto que não tem não. Já vi de montão pobre trabalhá Junta seu dinheiro e voltá pra terra natá. Mas lá fica não, Sem tê ocupação, volta pra cá Pras rédeas do patrão. De noitinha, não nego meu naturá Fuligem e fubá e saudade. Saudade de painho, de mãinha. Saudade da vida que nunca chegô. Saudade da terra que nunca foi minha. Saudade de montão, Saudade de algo que nunca chegô. Saudade de algo que nunca vivi. Saudade de algo que dizem que vem. Vem mesmo é história pra dormi. Dormi e sono embalá. Dormi sem sonhá. Dormi pra nunca í. Dormi sem os olhos fechá. (Texto selecionado pelo projeto)
|
Agenda do espetáculo:
@brutoafavel
https://www.facebook.com/foradelinhamusica
http://paulinoalexandreletraseverbos.blogspot.com/
https://alexandrepaulinoxadrez.blogspot.com/
https://www.facebook.com/paulino.alexandre.75/
https://www.youtube.com/c/AlexandrePaulinoArteeCultura
@alexandrepaulinopoeta
#AlexandrePaulinoPoeta #AlexandrePaulinoRadialista #ProfessorAlexandrePaulino #CasArteMarginal #Rádio #WebRadio #ArteMarginal #OutrosPoetas #LiteraturaMarginal #LiteraturaPeriferica #LiteraturaBrasileira #LiteraturaNacional #PoetasContemporaneos #Poesia #Poema #Arte #Literatura #Love #Livros #Cultura #Leitura #Ler #SãoPaulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário