sábado, 13 de julho de 2013

As Águas de Nova Friburgo



          Neste momento gostaria de ser duro e frio. Lembrar a todos que devemos respeitar nossa mãe natureza, suas leis, suas diretrizes, que a mata nativa nas encostas existe exatamente para manter o equilíbrio na base de uma colina, de um morro. As raízes que nutrem a arvore, que retiram do solo os minerais, os nutrientes essenciais para a existência da arvore, também tem outra função, prender a arvore ao solo, prender a arvore e emprestar sua robustez ao solo, seu emaranhado que se alastra invisível aos nossos olhos, dá coesão e evita que uma colina desapareça. Retirar a mata nativa e construir nas encostas, é mais que um desafio a nossa querida mãe Terra, é um convite ao trágico.

          Neste momento gostaria de ser duro e frio. Lembrar a todos que as águas de março, que nem sempre caem somente em março, se não vierem acompanhadas de políticas governamentais, que busquem soluções técnicas, coerentes a realidade de cada localidade. As ditas "Tragédias Anunciadas", irão acontecer com mais frequência. Alias me enche de asco, ouvir um político utilizar este refrão, se era anunciada, era passível de ser evitada. As pessoas não constroem nas encostas por opção de vida, estão lá por falta de políticas habitacionais, por falta de condições que lhes propiciassem uma vida mais digna e segura.

          Mas neste momento me sensibilizo com a situação de centenas de pessoas que perderem seus lares, que têm familiares e amigos hospitalizados, e que estão tendo que enterrar pessoas que lhes eram queridas. Se pudesse, gostaria de fazer mais que escrever estas simples palavras, se pudesse estaria lá para emprestar solidariedade. 

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