sábado, 13 de julho de 2013

É Sexta


É sexta...

          Que semana!

          O chefe aquele pé, as vendas que parecem não quererem sair, Sr. Antônio Ranzinza vem me cobrar os resultados, como se nos pobres mortais não os quiséssemos, o telefone toca, como querendo me salvar do inevitável, é minha noiva e lembra, é sexta, é dia de sairmos. O dia se arrasta, como se arrastou a semana, as visitas, o telefone, o relatório, o Sr. Antônio Ranzinza.

          É hora, faculdade que nada, saio com os amigos do serviço, umas cervejinhas antes de encontrar com a minha noivinha...

          Vou buscá-la na faculdade, vamos direto para nosso point, aquele barzinho da Vila Madalena, que noite incrível, tomo uma, outra, outra, me liberto, estou leve, me sinto um super homem, posso tudo.

          E já me vejo atrás do volante, tudo acontece tão rápido, sinto um solavanco. Meu carro para, o que pode ter ocorrido. Alguém me ajuda a sair do carro, uma mulher grita: “-Assassino”, como eu, isso é ridículo, minha noiva me empurra para dentro do táxi. Tudo isso deve ser um engano, escuto minha noiva falar que vai resolver tudo, e lentamente apago.

É sexta...

          Que semana!

         Tive uma ótima semana, tudo parecia dar certo, tinha acabado de ser admitido no emprego dos sonhos, pelo menos nos meus sonhos, aquilo era muita sorte, último ano de jornalismo, e consigo uma vaga de jornalista treeni, num dos maiores jornais da cidade, aquilo era simplesmente fantástico.

        Na faculdade combinamos de sair para comemorar, minha mãe, super mãe que é lasca: “-Nada de volante”, como sempre ela tem razão, como sempre eu a escuto, vou a pé.

          Que noite fantástica, tudo perfeito, aquele barzinho na Vila Madalena, a música, a bebida, as gatinhas, rimos muito, foi ótimo.

          O arzinho da manhã me faz um bem enorme, estou meio zonzo, mas a caminhada me faz bem. Sinto um baque, que dor enorme, sinto como se minha carne fosse arrancada de meus ossos, não consigo ver direito, como dói, tenho dificuldade em respirar, a dor, que dor, lentamente ela vai sumindo, frio, sinto muito frio, mas lentamente o frio vai passando. Agora me sinto leve, apenas uma sensação de perda, de um futuro que nunca vira, mas sinto que isso agora não importa mais.

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