Quando escrevo meu coração não é um.
Quando escrevo meu peito cresce, transcende.
Quando escrevo tenho em meu peito, seu coração.
Quando escrevo, o meu, o seu, de seu irmão, do irmão de seu irmão e de seu vizinho.
Todos batem em meu peito.
Meu sentir já não é meu sentir.
Faço de seu sentir, meu sentir.
Minha dor já não é minha dor.
Faço de sua dor, minha dor.
Faço da dor de seu irmão.
Faço da dor do irmão de seu irmão.
Faço da dor de seu vizinho.
Faço de toda dor.
De toda dor que no mundo cabe.
Caber em meu coração.
Faço dela minha dor.
E nesse sentir escrevo.
Escrevo o que bate no peito de Maria, Martinha e Marília.
Escrevo a lágrima que verte de Verdinam, Virgulino e Virgínia.
O pesar da partida de Bartira, Berlinda e Beatriz.
Do peito a dor da lágrima da partida.
Que em meu peito refúgio tem.
Que em meu peito poema torna.
Primeiras publicações:
paulinoalexandre.spaceblog.com.br : 22/10/2011
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